Ministério Público de Minas Gerais entregou dois tocheiros ao Iphan da Bahia, que tomará as medidas para a devolução das peças a igreja de Salvador O coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, e o presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), Carlos Roberto Noronha, fizeram dia 22 de outubro, na Procuradoria-Geral de Justiça de MG, a entrega de duas peças sacras apreendidas em Minas Gerais ao chefe de gabinete da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) da Bahia, Mateus Morbeck de Oliveira.
Em julho de 2008, a Operação Pau-Oco 2, ação conjunta do Ministério Público Estadual (MPE), Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), Iepha-MG, Polícias Civil e Militar, apreendeu peças suspeitas de terem sido ilegalmente comercializadas, entre elas, os dois tocheiros do início do século XVIII esculpidos em madeira com três anjos e suas respectivas bases.
As posteriores investigações de procedência levaram à origem dos tocheiros desaparecidos desde 2003, da Igreja de Santo Antônio da Mouraria, em Salvador. As peças, apreendidas em poder de um colecionador de Belo Horizonte, foram formalmente entregues ao Iphan da Bahia, que adotará as medidas cabíveis para devolução dos tocheiros ao templo de origem, cumprindo determinação da juíza da Vara de Inquéritos de Belo Horizonte, Rosimere das Graças do Couto.
De acordo com o chefe de gabinete da Superintendência do Iphan na Bahia, as peças serão imediatamente remetidas para Salvador, onde receberão as intervenções necessárias de conservação e restauro, e no momento oportuno serão devolvidas à igreja de Santo Antônio da Mouraria. "É uma alegria muito grande para a Bahia ter restituídos bens de tamanha importância ao patrimônio cultural brasileiro. Ações como esta, de identificação e de recuperação de peças, são extremamente importantes para a constituição da história, da cultura do povo baiano", ressalta Mateus.
No dia 2 de outubro, o técnico em restauração e conservação do Iphan, Huides Souza Cunha, esteve na sede do Iepha-MG, em Belo Horizonte, onde fez o reconhecimento da peça, com a presença do coordenador da Promotoria, do presidente do Iepha-MG e da gerente de identificação do órgão, Ângela Cânfora Dolabela.
Isso demonstra a necessidade de um trabalho mais especializado e integrado em âmbito nacional, pois esse tipo de criminalidade não conhece fronteiras, e o patrimônio cultural brasileiro está sendo dilapidado dia a dia".
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